quarta-feira, 18 de abril de 2012

Imbranato

Deveras, os dias passam, e me lembro como se agora fosse.
o acidente gracioso que era o teu olhar, 
e os lugares maravilhosos em que cheguei através dele.
e o tilintar das taças dos vinhos caros e sussurros que nos acompanhavam.

E o quão profunda foi minha voz, na sua consciência?
um saber arredondado que talvez estivesse melhor pela metade.
metade então, que possivelmente seria completa por você.
apenas um jogo de palavras, e o mistério envolto em seus passos no salão.

A falta de saber que nos levou aquele encontro.
e a falta de querer que nos levou aquele quarto.
e o desejo mal contido de conter o desejo que nos levou aquela cama.
eramos apenas dois amantes em paris, ou assim sonhamos.

Sou um bobo atrapalhado, ou assim tento me colocar.
mas um carinho traz a tona uma palavra: Fofo.
e a doçura dos lábios que jogam paixão no ar.
as janelas se fecham, as portas se trancam, o corpo queima.

Mais uma noite, os carros vão passar, novamente.
e agora, os olhos não vêem, os lábios não sentem.
tudo o que faz é olhar para o rio refletindo as luzes, incessantemente.
Talvez eu tenha me perdido em você, talvez você tenha me perdido em você...


...talvez seja apenas cedo demais.

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